Foto: FáBIO GUINALZ/AGÊNCIA ESTADO
Antecipada por 247, decisão foi confirmada na edição deste sábado da Folha; fiel ao seu estilo, ex-governador dissimula suas intenções até o último minuto e não impedirá a realização das prévias previstas para o dia 4 de março
247 – Sim, José Serra é candidato a prefeito de São Paulo. Esta era a manchete do 247 na noite de ontem e também a da Folha de S. Paulo na manhã deste sábado. O ex-governador, ex-prefeito e ex-candidato tucano à presidência da República, tomou a decisão na noite de ontem, após um encontro definitivo com o atual prefeito, Gilberto Kassab, que tem jurado fidelidade incondicional ao antigo padrinho político. O que anima Serra é a possibilidade de nacionalizar a campanha, enfrentando um candidato, Fernando Haddad, que, na prática, seria um preposto de Luiz Inácio Lula da Silva – assim, a campanha teria caráter presidencial, antecipando a disputa de 2014. Além disso, o secretário de Fazenda da prefeitura de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, anunciou ontem que o município tem R$ 4,3 bilhões para investir em ano eleitoral – dinheiro que pode fazer diferença na disputa.
Um dos grandes entusiastas da candidatura Serra, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) tem acompanhado o ex-governador nas reuniões para tratar da sucessão paulistana. O ex-governador promete uma posição oficial sobre o assunto até domingo.
Apesar de Kassab já ter dito várias vezes que seu apoio a Serra é incondicional, o ex-governador só não fez o anúncio oficial ainda porque não pretende se arriscar e quer ter certeza da vitória, o que deve depender da coligação que o PSDB conseguir reunir em torno de sua candidatura. O PTB, por exemplo, já mandou avisar que desistiria da candidatura própria por Serra. O PPS é outro tradicional aliado, mas precisa ainda desistir da candidatura em torno de Soninha Francine. O problema será fazer DEM e PSD se entenderem na capital.
Apesar das costuras de Serra, o PSDB mantém a condução das prévias internas, que pretendem escolher o candidato do partido entre os secretários estaduais Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e o deputado federal Ricardo Trípoli. Neste caso, Serra tem ainda uma cartada. Jogaria todas as suas fichas na eleição do fiel escudeiro Matarazzo, que depois aceitaria ser vice do próprio Serra, numa chapa puro-sangue. Seria uma puxada de tapete e uma traição aos filiados, mas, em se tratando de Serra, nada surpreende. Outra possibilidade, mais civilizada, seria Serra disputar as prévias, o que vem sendo negociado com o governador Geraldo Alckmin. Neste caso, a disputa interna do PSDB seria adiada.
Brasil247
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