Marina de Oliveira foi presa sob a acusação de tráfico drogas e porte de armas de uso restrito. Polícia flagrou dentista em seu consultório, em Curitiba.
As fotos nas redes sociais mostram uma mulher bonita, preocupada com a aparência, fã de maquiagem e com os cabelos loiros sempre arrumados. Mas, nesta semana, a dentista Marina Stresser de Oliveira, de 26 anos, teve que mudar de figurino. Trocou as roupas caras pelo uniforme laranja de presidiária. E na delegacia, preferiu esconder o rosto que, antes, gostava tanto de exibir.
Ela foi presa terça-feira (11), sob a acusação de tráfico drogas e porte de armas de uso restrito. A polícia flagrou a dentista na garagem do seu consultório, na periferia de Curitiba, no momento em que ela recebia uma espingarda e uma pistola de um homem, que também foi preso.
Depois, na casa de Marina, os policiais encontraram 15 quilos de maconha, pouco mais de um quilo de crack, uma balança para pesar drogas, duas pistolas e uma submetralhadora, armamento exclusivo do Exército.
Na clínica, ela guardava munição, ao lado do diploma da faculdade. “Ela deixava as drogas ali armazenadas e tinha alguns traficantes que atuavam associados a ela. Eles iam até lá para pegar a droga com ela e assim distribuir nos pontos de venda. Então ela achava que, assim, estaria acima de qualquer suspeita”, afirma a delegada Camila Ceconello.
O comportamento da jovem não dava pistas da vida criminosa. Nas horas vagas, ela era voluntária de uma ONG que cuidava de animais abandonados. Adotou um cãozinho, sem patas. Em postagem em uma rede social, Marina pede arrecadação dos amigos para comprar uma cadeira de rodas para o cachorro.
Ela também fazia aulas de balé. Para pessoas próximas, ver Marina presa foi um choque. “Está todo mundo muito surpreendido, todo mundo espantado. Todo mundo: ‘gente, a Marina fazendo isso?’”, relata uma mulher que não quis se identificar.
O Fantástico conversou com uma das amigas da dentista. As duas se formaram juntas, há quatro anos, no curso de odontologia de uma das universidades mais importantes do Paraná, a PUC, onde a mensalidade desse curso custa R$ 3 mil.
“Ela fazia as coisas todas certas. Até colar em prova ela era contra”, diz a amiga.
“Era uma pessoa formada em uma boa universidade, uma família de classe média alta, ela com boas condições de vida. E ela tomava esse tipo de atitude. Queria sim viver essa vida”, destaca a delegada.
“Acredito eu que podem ter sido más companhias, deve ter se envolvido em um caminho que ficou sem volta”, diz uma das amigas.
Segundo as investigações, Marina foi apresentada ao tráfico pelo marido, Edilson Alves do Nascimento. O casal está junto há três anos. Ele foi pego com um carregamento de crack, em 2012, em uma operação da Polícia Federal. Está preso até hoje.
Esses detalhes da vida pessoal ela escondia até das pessoas mais próximas. “Os familiares não sabiam desse envolvimento dela com uma pessoa que está presa. Para os familiares, ela dizia que ele estava trabalhando em outra cidade”, diz a delegada.
A dentista vai continuar presa até o fim das investigações, que devem durar mais 30 dias. Depois, a Justiça vai decidir se ela irá responder pelos crimes de tráfico de drogas e posse de arma de uso restrito. As penas, somadas, podem chegar a 20 anos de prisão.
O Fantástico falou com o advogado de Marina, mas ele não quis comentar o caso.
“Em momento algum ela demonstrou qualquer tipo de arrependimento, qualquer tipo de medo, qualquer tipo de reação. Se mostrou extremamente fria”, avalia a delegada.
E foi com frieza que ela mandou um recado aos pacientes. “Agenda só ano que vem”, informou.
Do G1
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