A comparação não é nova nem original, mas permanece válida. Daqui a décadas, séculos, milênios as mentes mais poderosas do renascentismo e da era moderna serão lembradas em pé de igualdade. Um sonhou com o futuro; outro fez ele acontecer
O primeiro a fazer a comparação – pelos menos é dele o crédito – foi o japonês Masayoshi Son, presidente do grupo Softbank, que investiu em várias empresas pontocom da Ásia e também do Ocidente. Steve Jobs, fundador da Apple falecido nesta quarta-feira 5, e Leonardo da Vinci, o gênio do renascentismo, foram as mentes mais poderosas que o mundo já conheceu. Depois da imagem usada por Masayoshi Son, a comparação passou a ser feita urbi et orbi – e se tornou quase um lugar comum. Mas o fato é que, original ou não, ela é sim pertinente. E, no futuro, tanto da Vinci como Jobs serão lembrados e reverenciados em pé de igualdade.
Leonardo da Vinci foi artista e inventor, enquanto Steve Jobs foi inventor, mas também artista. Ocorre que, no mundo oriental, não existe engenho sem arte, nem arte sem engenho. Vida é arte, ensinam os japoneses. E essa arte pode ser expressa num computador, num automóvel, num origami, no trato dos jardins ou mesmo na escrita.
O gênio do renascentismo talvez tenha sido a pessoa de mais múltiplos talentos que o mundo já conheceu. Foi pintor, anatomista, músico, poeta, botânico, músico, engenheiro e inventor. E, nesta última condição, sonhou como o futuro. Da Vinci concebeu protótipos de helicópteros, de tanques de guerra, calculadoras e previu até o uso da energia solar.
Jobs, por sua vez, sempre viveu no mundo da tecnologia. E ao contrário do que muitos pensam não foi apenas um inventor. Não foi ele o criador do computador pessoal, dos tocadores de MP3, como o iPod, ou dos tablets, como o iPad. Mas foi ele quem conferiu status artístico a inovações criadas por outros, facilitando também o uso da tecnologia. O que ainda diferencia o iPad de seus concorrentes não é o equipamento em si, mas a diversidade de conteúdos oferecida no ecossistema da AppStore.
brasil247
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