Mauricio Stycer
Crítico do UOL
A campanha de promoção do programa prometia: “A Fátima que você conhece de um jeito que você nunca viu”. Mas quem conhece a Fátima? Por 14 anos a vimos lendo notícias na bancada do “Jornal Nacional” e, eventualmente, bajulando jogadores de futebol durante a Copa do Mundo.
Por 90 minutos, “Encontro com Fátima Bernardes” sugeriu vários temas, mas não mostrou quase nada de Fátima Bernardes. Num raro momento não engessado da estreia, a apresentadora perguntou a um lutador de MMA, que se depila: “Quando raspa cresce muito rápido?” Constrangedor.
Antes, dois outros assuntos dominaram a estreia: adoção e viagem de avião. Caberiam perfeitamente num “Globo Repórter”, uma vez que o “ao vivo”, no auditório, não produziu uma gota adicional de emoção.
Sem espontaneidade, os entrevistados pareciam ter sido previamente sabatinados e não acrescentaram nada aos assuntos tratados.
Pouco sutil no seu objetivo de capturar a tal “nova classe C”, a pauta “histórias de quem viajou pela primeira vez” soou extremamente boba, em mais um sinal de que a emissora subestima este seu público.
O programa tem uma espécie de “humorista oficial”, cuja função é pontuar com alguma gracinha os temas tratados. Isso resultou numa piada, dada a falta de graça dos comentários.
Fátima disse que o programa é a realização de um sonho antigo. Infelizmente, não deu para entender qual é este sonho. Acho difícil acreditar que a apresentadora sonhasse entrevistar um ator de “Avenida Brasil” para saber se “é uma tendência depilar o peito”.
Muito pouco, não ?
Fonte ADTV
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